Colorir
desenhos é uma atividade tão natural para as crianças como dormir e chorar.
Muito mais do que formas aleatórias, colorações monocromáticas ou rabiscos
quase ilegíveis, o ato de colorir é extremamente importante nos artistas de
palmo e meio, incentivando o desenvolvimento de várias e essenciais capacidades.
Expressão pessoal. Desenhar e colorir
são formas de expressão pessoal por excelência das crianças, que nem sempre
conseguem exprimir-se adequadamente através da fala ou da escrita. Vários estudos
já comprovaram que é bastante fácil perceber o que alguém está a sentir através
das imagens que desenha ou das cores que utiliza para colorir. Por exemplo, uma
criança que desenha facas, pistolas, caveiras ou outros objetos perturbantes
pode estar a pedir ajuda. Por outro lado, uma criança que desenha o sol, passarinhos,
corações ou outros objetos alegres, pode estar a expressar o seu contentamento.
É um exercício excelente para desenvolver personalidades e deixar a
criatividade fluir!
Identificação das cores. A maioria das crianças tem
a sua primeira (e muitas vezes única!) exposição à roda das cores e ao conceito
de arte, graças às brincadeiras infantis com lápis de cor, de cera e
marcadores. Aprender a distinguir as diferentes cores bem cedo, é meio caminho
andado para perceber as suas várias e corretas aplicações, bem como possíveis
misturas entre cores primárias e secundárias, mais tarde.
Uma forma de terapia. O simples ato de colorir
pode ser terapêutico para muitas crianças e é uma atividade utilizada em muitos
hospitais, centros de aprendizagem e instituições para possibilitar o
“descarregar” de emoções, sentimentos e frustrações. Uma criança zangada pode
perfeitamente pintar o seu desenho de uma árvore toda preta, a tal ponto que a
própria figura deixe de ser visível. De outra perspectiva, uma criança
organizada, que gosta das coisas à sua maneira, pode colorir o seu desenho
meticulosamente, sem ultrapassar qualquer linha do mesmo. Independentemente da
forma como vai colorir ou desenhar, esta é uma excelente forma de acalmar as
crianças.
Aprender a segurar e a
controlar. Um lápis de cera é, para muitas crianças, o primeiro objeto que
aprendem a segurar, para o poderem controlar. Dominar um lápis de cera é a
rampa de lançamento para conseguirem dominar as restantes ferramentas de
colorir – lápis de cor, marcadores, pincéis – e, mais tarde, os de escrita –
caneta e lápis. Quanto mais bem desenvolvidas estiverem as suas capacidades de
segurar e de controlar um lápis de cera, mais facilitada será a sua
aprendizagem mais tarde, quando começarem a escrever.
Coordenar para pintar. O desenvolvimento da
coordenação olho-mão é outra grande lição que as crianças retiram das suas
sessões de colorir. Desde segurar firmemente o lápis de cera, a reconhecer as
cores que devem ser utilizadas, até ao ato de afiar os lápis, a verdade é que
colorir desenhos implica uma enorme coordenação entre os olhos e as mãos.
Quanto mais praticarem, mais vão desenvolver esta aptidão tão básica para a
vida.
Aperfeiçoamento das capacidades
motoras. Colorir é divertido, não é? Pois é! Mas também é muito mais
do que isso – enquanto as crianças se entretêm a colorir, interagindo com
marcadores, tintas, lápis de cor, de cera e papel, estão a trabalhar e a
fortalecer os músculos das mãos. Colorir exige uma coordenação básica e um
esforço conjunto entre os músculos dos braços e os das mãos que, uma vez
desenvolvidos, permitirão às crianças executar atividades mais exigentes, mas
com dificuldade mínima.
Concentração máxima. As crianças que se
dedicam a 100% à coloração dos seus desenhos fazem-no na perfeição: não há
espaço que fique por preencher, nem linha que tenha sido cruzada! E isto
porquê? O simples ato de colorir tem a capacidade de prender a atenção de uma
criança, estimulando a sua concentração máxima, mesmo face a um ambiente
barulhento como uma sala de aula ou a cozinha antes da hora de jantar. Com o
passar do tempo, os seus níveis de concentração vão continuar a melhorar.
Estabelecer limites. Uma criança mais
nova não saberá respeitar as linhas do seu desenho tão bem como uma criança
mais velha que já faz um esforço enorme para colorir dentro das mesmas… mas
depressa chega lá! E ainda bem! Reconhecer e respeitar estes limites (mesmo que
sejam os de um desenho!) é uma excelente experiência e método de aprendizagem
para aquilo que se segue: escrever letras e números nas linhas de um caderno!
Missão cumprida! A satisfação e o sorriso
na cara de qualquer criança que consegue colorir um desenho inteiro dentro das
linhas, é uma vitória muito importante para os artistas de palmo e meio! O
sentido de cumprimento, de que tudo é possível, é fundamental para as crianças
porque dá-lhes motivos para se sentirem orgulhosos, capazes, confiantes e,
claro, para ser congratulado pela sua comunidade mais imediata. Para além
disso, é um sentimento de “missão cumprida” que dificilmente esquecerão.
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